Geossítio Pontal da Santa Cruz


O Geossítio Pontal da Santa Cruz está localizado a 4km de Santana do Cariri, na estrada que dá acesso ao topo da Chapada do Araripe. Para os mais aventureiros, é possível subir a trilha que leva até a Capela e a Grande Cruz, que, segundo a crença popular, serve para proteger de assombrações que habitava aquele local. Também é possível desfrutar de um inesquecível pôr-do-sol e, hoje, é quase uma parada obrigatória para os visitantes que vêm conhecer o Cariri. 

História

O Pontal da Santa Cruz, ponto de observação panorâmica em Santana do Cariri, está localizado no topo da Chapada de Araripe, próximo ao povoado Cancão Velho, hoje conhecido como Vila do Pontal, numa altitude de aproximadamente 750m. O geossítio é caracterizado por uma vistosa formação rochosa, apreciado pelos visitantes por sua ampla vista, permitindo observar o panorama da cidade de Santana do Cariri. Na plataforma, há um conjunto de uma antiga capela, erguida em meados do século XX, e uma área onde se encontra um restaurante com parque infantil. A capelinha, de estilo eclético e o antigo crucifixo em sua frente, são exemplos recorrentes da arquitetura popular e de uma devoção popular católica típica do Cariri, onde são construídas capelas em pontos paisagísticos marcantes, para o agradecimento de milagres e o depósito de promessas.

No povoado abaixo, ao pé da formação rochosa que constitui o Pontal, há uma população ainda com forte identificação com a localidade. Conta-se uma lenda que existia uma antiga “assombração” no lugar, de onde teriam saído faíscas e assobios que assustavam a população local. A assombração só cessou quando a população saiu na serra em procissão e quando ergueu primeiro uma cruz, e, depois, a capelinha. Consta, ainda, na tradição oral, que, por sua exposição dentro da paisagem montanhosa, a localidade representa certa fragilidade, pois foi atingida por raio pelo menos duas vezes (são lembradas as datas de 1976/77 e de 1996), contradizendo o ditado popular de que “um raio não cai duas vezes num mesmo lugar”.

Lendas sobre assombração e encantamentos são elementos marcantes da tradição narrativa do Cariri – e frequentemente associados às formações rochosas existentes, interpretados ora como “torres encantadas”, ou “castelos”, “cavernas de demônios”, “mães de água”, etc. Supõe-se ainda que há uma relação com o achado acidental de fósseis naquela localidade, cujas estruturas lembravam as populações antigas de criaturas desconhecidas e monstros..

Aspectos Geológicos

O Geossítio Pontal da Santa Cruz é formado pelo arenito da Formação Exu que constitui a porção superior da escarpa da Chapada do Araripe. Este arenito foi formado há aproximadamente 90 milhões de anos, sendo considerado a rocha mais jovem da Bacia Sedimentar do Araripe.

A Formação Exu é caracterizada por arenitos coesos que constituem a formação geológica superior da Bacia Sedimentar do Araripe, atuando como uma capa resistente da Chapada do Araripe.

O arenito da Formação Exu é considerado, do ponto de vista hidrológico, muito permeável (propriedade de permitir a passagem de água), absorvendo facilmente a água da chuva, atuando como uma esponja. Esta água acumula-se nas camadas mais baixas, dando origem às nascentes no sopé da Chapada.

O Geossítio Pontal da Santa Cruz também compreende um mirante que revela a bela paisagem da Chapada do Araripe, o vale do rio Carius e a sede do Município de Santana do Cariri, permitindo assim uma interpretação da paisagem..

Culinária Regional

Cada lugar tem a sua culinária própria que é vinculada à cultura e aos ingredientes disponíveis. O Cariri tem forte identidade na culinária regional; destacam-se o baião de dois, a carne de sol, a paçoca, a macaxeira frita e a pequizada.

O baião de dois surgiu em decorrência da escassez de água no Nordeste, misturando arroz e feijão no mesmo recipiente, para economizar água. Hoje é um prato preparado com temperos diversos, inclusive com pequi, e já existe até a opção do baião cremoso, em que, no preparo final, são acrescentados queijo e creme de leite. Quanto à origem do termo, designa uma dança típica nordestina e ganhou popularidade com a música “Baião de Dois”, de autoria de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, renomado compositor do sertão pernambucano, conhecido como o Rei do Baião.

A carne de sol é o acompanhamento de um prato principal, que pode ser servido como aperitivo. Sua origem vem da técnica de preparo com a intenção de conservar o alimento para posterior consumo, desde os primeiros séculos da colonização no litoral nordestino, onde o sal e o sol são abundantes. É provável que esse processo tenha sido repassado pelos portugueses que tinham a tradição de conservar alimentos expondo-os ao sol (frutas) e salgando-os (bacalhau e outros peixes).

As opções podem ser carne de sol assada, acebolada e paçoca. A paçoca é feita com carne de sol frita/assada, farinha de mandioca e cebola; os mais tradicionais pisam os ingredientes no pilão. Faz parte das refeições diárias no Nordeste e é servida tradicionalmente nas festas juninas.

O pequi é um fruto abundante na FLONA (Chapada do Araripe) e que floresce entre os meses de novembro e dezembro, e é colhido de janeiro até maio. É um tempero utilizado em vários pratos, molhos e, também, na popular pequizada, preparada com cheiro verde, creme de leite e queijo ralado.

O cultivo da macaxeira fazia parte da cultura dos índios, principalmente no Nordeste; dela se produz: beiju, bolo, purê, nhoque e a tradicional macaxeira cozida e frita. A macaxeira frita ou passada na manteiga da terra é servida como aperitivo ou entrada.

No Restaurante Pontal é tradição servir pratos típicos aos turistas que visitam o Geossítio Pontal da Santa Cruz.

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